SEM UM TU NÃO PODE HAVER UM EU
2013
2013
Sem um tu não pode haver um eu” começa sob a luz de “Lanterna Mágica”, a autobiografia de Ingmar Bergman, cineasta que inspirou, aliás, este solo criado e interpretado por Paulo Ribeiro. "Bergman cruza-se comigo num momento em que considero que temos de nos debruçar sobre a nossa felicidade, tenha ela os contornos que tiver. Apesar de nos tentarem abafar com números e realidades que não são as nossas, a condição humana tem de vingar", aponta o coreógrafo que regressa agora ao palco, depois do espectáculo JIM.
Nesta coreografia, que torna inesquecível o tema "Insensatez", de Robert Wyatt, há a dança de um coração em carne viva. Um eu que quer conjugar a segunda pessoa do singular, como quem diz “sou tu, também tu”, mais do que “sou teu”. Há mais entrega que posse. Entre gestos lentos e límpidos, passos periclitantes e desmoronadiços, e movimentos sísmicos, Paulo Ribeiro desenha um mapa afectivo. O coreógrafo transforma-se num sismógrafo de tremores emocionais. Nesta peça, há amor, ódio, solidão, angústia, dilemas conjugais, luta interior, desmoronamento, mãos e mãos. E há convulsão. Um corpo, que de tão vivo, joga xadrez com a morte. No final, uma catarse que ilumina. O choro que irrompe, como orvalho ao amanhecer.
Coreografia e Interpretação
PAULO RIBEIRO
Música
ROBERT WYATT / Cuckooland: Insensitive
FRANZ KOGLEMANN / O Moon My Pin-Up: Third Movement, Distinctions – IX
BACH / Cello Suites [Pablo Casals]: Cello Suite #5 In C Minor, BWV 1011 – Prélude e Courante
MAGNUS LINDBERG / Ictus Clarinet Quintet: Related Rocks
Figurino
JOSÉ ANTÓNIO TENENTE
Desenho de Luz
NUNO MEIRA
Co-produção
FUNDAÇÃO CENTRO CULTURAL DE BELÉM, CCVF, TEATRO NACIONAL SÃO JOÃO
Duração
50 minutos (aprox.)
23 de novembro de 2013 - ESTREIA no Teatro Viriato, Viseu